Relato da nossa irmã Rosimari Costa Lima 😥
Rosimari Costa Lima relatou, em entrevista à RIC Record, os últimos momentos que viveu ao lado dos dois. Ainda abalada, ela descreveu as cenas de desespero que se seguiram aos disparos.
Crime premeditado: suspeito chegou armado após passar o dia treinando tiro
Segundo a Polícia Civil, o autor dos disparos — já identificado, mas ainda foragido — teria passado o dia praticando tiro ao alvo. À noite, ele dirigiu um caminhão até a casa da família, chamou no portão e, em seguida, voltou ao veículo para pegar uma espingarda. Quando Claudecir saiu para ver quem estava ali, o suspeito atirou à queima-roupa.
Ao ouvir o barulho, o adolescente Felipe foi até uma das janelas para tentar entender o que havia acontecido. Ele foi atingido na cabeça e caiu dentro da sala. Rosimari conta que, num primeiro momento, não percebeu que o filho havia levado um tiro.
“Eu falava: Filho, pelo amor de Deus, não deixa a mãe…”
Em sua fala emocionada, Rosimari reviveu os minutos entre o desespero e a constatação de que perderia o marido e o filho quase ao mesmo tempo.
“Quando eu agarrei ele [Felipe], percebi que ele não tinha forças, mas não tinha visto o tiro. Ele foi andando comigo até o quarto da minha filha, mas cambaleando. Quando vi, a camiseta dele estava cheia de sangue. Eu gritava: ‘Filho, pelo amor de Deus, não deixa a mãe’. Fiquei com ele até o final, mas ele foi rápido”, relatou.
Claudecir morreu ainda no quintal. Felipe não resistiu aos ferimentos dentro de casa.
Motivação pode ter sido intolerância religiosa
Logo após o crime, a esposa do suspeito apareceu no portão da residência da família. Rosimari lembra que a pergunta que fez — “Por quê?” — foi respondida de um modo que despertou outra dimensão para o caso.
“Ela disse que ele não gostava da gente porque nós éramos crentes”, afirma.
A declaração reforça uma suspeita que a Polícia Civil já estava avaliando.
O delegado Fábio Machado confirmou que trabalha com a hipótese de intolerância religiosa.
“Consta pra gente que eles eram evangélicos, agricultores, pessoas pacíficas. Mas, por algum motivo, o vizinho não gostava deles. Segundo relatos, porque eram crentes”, explicou.
O delegado ainda destacou que o suspeito já havia se envolvido em episódios anteriores: teria matado o cachorro da família e feito diversas ameaças ao longo dos últimos meses.
Fuga e buscas
Após o ataque, o homem fugiu dirigindo o mesmo caminhão usado para chegar ao local. Horas depois, o caminhão e a espingarda foram encontrados abandonados no bairro Umbará, em Curitiba.
O suspeito continua foragido. Quem tiver informações deve acionar a polícia. Ele deve responder por homicídio qualificado, tanto por motivo fútil quanto por impossibilitar a defesa das vítimas.
A comunidade rural onde a família vivia segue abalada pela violência e pela perda de pai e filho, descritos como trabalhadores e queridos pelos vizinhos.
